As três décadas de experiência – e dificuldades, e contendas, e inovações – na Globo renderam um volume de histórias que o autor prefere chamar de homenagem aos colegas de profissão. Há capítulos dedicados aos grandes nomes da casa e aos episódios mais rumorosos – Boni nega qualquer grau de subserviência de Roberto Marinho, o "doutor Roberto", presidente das Organizações Globo até seu falecimento, em 2003, aos governos militares.
Logo na introdução, entretanto, o ex-diretor alerta que não fará nenhuma revelação estrondosa, tampouco preencherá páginas segredando episódios de bastidores. Concluído em apenas quatro meses, o texto, repleto de datas, é um apanhado de episódios marcantes e curiosidades. Em entrevista por telefone, do Rio, Boni, 76 anos, falou do cenário que observa à distância, afastado da cúpula do canal desde 1998, e do permanente interesse pelo futuro da produção televisiva.
– Você tem que fazer televisão um pouquinho acima do público que o assiste. Fazer programa para a classe C seria, teoricamente, atender a D. Quando o sujeito muda de classe, quer trocar de casa, carro, mulher. Então por que vou oferecer a ele a mesma coisa? – exemplifica. – Gostaria de trazer a classe C para o nível cultural da classe B. O Joãosinho Trinta já dizia: pobre gosta de luxo. Quem gosta de pobreza é intelectual.
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